Sempre que consigo algum tempo tento escrever alguma coisa no blog e desta vez quero mostrar como é fácil o desenvolvimento em BDD no Sinatra usando Cucumber e Webrat. Para quem numca ouviu falar nesses caras vamos as apresentações. 🙂
Quem é esse Sinatra?
Para quem não saber Sinatra é uma linguagem de domínio específico (DSL – Domain Specific Language) para a criação rápida de aplicações web escritas em ruby. Ele mantém uma característica mínima definida, deixando livre o desenvolvedor para utilizar as ferramentas que melhor lhe servir em sua aplicação.
BDD? Cucumber?
BDD ou Behavior Driven Development(Desenvolvimento Guiado por Comportamento) é uma técnica de desenvolvimento Ágil que encoraja colaboração entre desenvolvedores, setores de qualidade e pessoas não-técnicas ou de negócios num projeto de software. O foco em BDD é a linguagem e interações usadas no processo de desenvolvimento de software.
O Cucumber foi criado para permitir que você execute a documentação de funcionalidades de uma aplicação, escritas em texto puro (também conhecidas como “estórias”). Com o Cucumber, isto é uma especificação executável que você pode discutir com seu cliente e então usá-la para verificar o comportamento correto dos testes. Por trás dos bastidores, você faz isto funcionar criando “steps”, que são expressões regulares que executam código em Ruby.
Webrat
Webrat é uma ferramenta fantástica que permite escrever rapidamente testes de aceitação expressivos e robustos para uma aplicação web Ruby. Ele nos fornece entre outras coisas:
- Simulador de browser de alto nível;
- Suporta vários frameworks web Ruby;
- Suporta os mais populares frameworks de teste;
- Fornece uma API para verificar o HTML gerado usando CSS, XPath, etc.
Depois de feita as devidas apresentações vamos colocar a mão na massa. O primeiro passo é criar o diretório de nosso projeto.
1 2 | $ mkdir sinatra-cucumber $ cd sinatra-cucumber |
Vamos acessar a pasta do projeto que acabamos de criar e executar os comandos abaixo para criar a pasta onde iremos definir nossas features.
1 2 | $ mkdir features $ touch features/ola.feature |
Obs.: Para quem não conhece o comando touch apenas criou um arquivo vazio.
No arquivo ola.feature escreva o seguinte código:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 | # language: pt Funcionalidade: Ver páginas Como um usuário qualquer Eu quero acessar as páginas do sistema Para ter acesso a seu conteúdo Cenário: Página principal Dado que acabei de acessar o sistema Então Eu devo ver o texto "Olá, pessoal!" |
Vamos executar o cucumber e ver o que acontece. 🙂
1 | $ cucumber features/ola.feature |
Como era de esperar o teste não passou. Vamos em seguida criar os testes para nossa funcionalidade mais antes iremos criar uma tarefa rake para otimizar a chamada do Cucumber.
1 | $ touch Rakefile |
O código para nossa tarefa rake que será executada com o comando “rake features” é o seguinte:
1 2 3 4 5 6 | require 'rubygems' require 'cucumber/rake/task' Cucumber::Rake::Task.new(:features) do |t| t.cucumber_opts = '--format pretty' end |
Agora sim podemos continuar.
1 2 | $ mkdir features/step_definitions $ touch features/step_definitions/ola_steps.rb |
No arquivo ola_steps.rb teremos o seguinte código:
1 2 3 4 5 6 7 | Dado /^que acabei de acessar o sistema$/ do visit("/") end Entao /^Eu devo ver o texto "(.+)"$/ do |texto| response_body.should =~ Regexp.new(Regexp.escape(texto)) end |
Estes dois passos simples fazem uma solicitação a url do nosso aplicativo pelo Webrat e verifica se a resposta contém o texto que estamos procurando.
Abaixo segue as configurações que fazem a integração realmente acontecer. Vamos configurar o ambiente do Cucumber para usar o Webrat.
1 2 | $ mkdir features/support $ touch features/support/env.rb |
O conteúdo do arquivo env.rb deve ser o seguinte:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 | require 'spec/expectations' require 'rack/test' require 'webrat' Webrat.configure do |config| config.mode = :rack end class MyWorld include Rack::Test::Methods include Webrat::Methods include Webrat::Matchers Webrat::Methods.delegate_to_session :response_code, :response_body def app Sinatra::Application end end World do MyWorld.new end require File.dirname(__FILE__) + '/../../ola' |
Agora que temos nosso cenário montado podemos escrever nossa aplicação web com essas simples linhas abaixo:
1 | $ touch ola.rb |
1 2 3 4 5 6 | require 'rubygems' require 'sinatra' get '/' do "Olá, pessoal!" end |
Agora vamos executar mais uma vez o Cucumber e ver os testes passando para ficarmos felizes. 🙂
1 | $ rake features |
Bom pessoal, o objetivo foi cumprido e espero que tenha ficado claro como é fácil desenvolver em Sinatra usando BDD com Cucumber e Webrat. Sei que o exemplo foi bem simples e abaixo segue o código fonte do projeto e alguma referências para você conhecer mais do assunto.
Código fonte
http://github.com/igocoelho/sinatra-cucumber
Conheça mais
Livro de Sinatra em Português
http://sinatra.tailorfontela.com.br/
Aplicação simples com Sinatra
http://pomoti.com/aplicacao-simples-com-sinatra
BDD com Cucumber, Selenium e Rails
http://www.slideshare.net/cmilfont/bdd-com-cucumber-selenium-e-rails
Introducão ao BDD com Cucumber, RSpec, Webrat e Selenium – Parte I
http://jefferson.eti.br/?p=96
Introducão ao BDD com Cucumber, RSpec, Webrat e Selenium – Parte II
http://jefferson.eti.br/?p=105
Introducão ao BDD com Cucumber, RSpec, Webrat e Selenium – Parte III
http://jefferson.eti.br/?p=139
Screencast Ruby on Rails: Introdução a RSpec e Cucumber
http://vimeo.com/7108280
Excelente post, Igo!!!
Muito bacana, bem passo a passo 😉
Caracas Igo, muito bom teu post.
Acabei de executar o bicho e tá tudo verde agora :p
Mas pra funfar no meu linux, não sei porque, tive que retirar os acentos do arquivo ‘ola.feature’. Também tive que mudar na 1ª linha do ‘env.rb’ para ‘rspec/expectations’
Valeu!
Uma delas é a já citada participação do cliente, pois um dos requisitos para o sucesso do uso de metodologias ágeis é a participação e contribuição efetiva do cliente e no caso do uso de BDD ele pode participar diretamente, uma vez que é ele quem é o responsável ( PO ) por criar as estórias (ítens do backlog ) e criar os testes de aceitação para as mesmas, onde tudo isso é usado no BDD.